Entre intervenções artísticas e muitas risadas, o Esquadrão da Alegria completa 15 anos de atividades neste domingo (3) em Santa Maria. A iniciativa, com mais de 75 voluntários, contempla hoje nove instituições de saúde, sendo seis em Santa Maria e três em Porto Alegre. Em entrevista ao Diário, a diretora local do Esquadrão da Alegria, Lara Zimmer, falou sobre o surgimento da organização não governamental (ONG):
– O grupo iniciou em 2008, idealizado pelo Luciano Mai, junto com algumas pessoas que tinham interesse em fazer a diferença principalmente dentro do hospital. Eles faziam oficinas de formação e estudavam sobre o assunto, inspirados também pelo documentário dos Doutores da Alegria. No dia 3 de dezembro de 2008, o grupo realizou a primeira visita no Hospital Universitário. Começou primeiramente só visitando crianças e adolescentes. Depois, entenderam que esse trabalho era para todo mundo, para todas as idades.
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As ações do Esquadrão da Alegria são realizadas por pessoas de diversas áreas de atuação, não sendo somente das Artes Cênicas. Para manter as atividades, o grupo tem contado com apoiadores e patrocinadores ao longo desses anos. Recentemente, o Esquadrão da Alegria também passou a integrar a lista de entidades que podem ser beneficiadas pela Nota Fiscal Gaúcha.
– Nós crescemos muito. Conquistamos muitos espaços em Santa Maria. Aqui, o Esquadrão é uma referência. Acho que fizemos e fazemos tudo isso, porque há dedicação. Eu digo que “nós brincamos em serviço”. Mas este brincar é muito sério. Há um comprometimento com esse trabalho, que é voluntário – analisa Lara.
Para celebrar os 15 anos de atividades, um encontro do Esquadrão da Alegre foi realizado no sábado (2) em Santa Maria, reunindo integrantes do município e de Porto Alegre.
Experiência
Antes de ser diretora local da ONG, Lara atuou como Dra. Joaninha nos hospitais. A personagem surgiu em 2 de fevereiro de 2016, após um longo processo de imersão e construção de figurino iniciado no final de 2015, quando Lara ingressou no Esquadrão.
– Eu digo que há uma Lara antes da Dra. Joaninha e uma depois. Ela é muito alegre, muito generosa e extremamente amorosa com as pessoas. Ela é atenciosa e gosta de cantar muito. É meio desafinada, mas canta – explica.
O comunicador e gestor de projetos sociais, Lucas Guterres Corrêa, 29 anos, faz parte do Esquadrão da Alegria desde novembro de 2018, dando vida ao Dr. Som Rizal.
– O doutor iniciou suas atividades na besteirologia no dia 10 de dezembro de 2018, justamente quando se celebra o Dia Internacional do Palhaço. Desde lá, são quase 5 anos de dedicação à palhaçaria e ao voluntariado, participando não somente nas visitas aos hospitais, como também nas ações de voluntariado na cidade. Dr. Som Rizal sabe de tudo, sempre tem respostas e soluções para as mais diversas situações em que se depara no hospital. Nem sempre são boas soluções, mas é justamente aí que as risadas aparecem – conta Lucas.
Para ele, o contato com a palhaçaria é muito gratificante, por conta dos exercícios de autoconhecimento e pela capacidade de enxergar as situações por outra ótica. A importância do Esquadrão da Alegria neste contexto também é destacada pelo jovem:
– O palhaço te convida a trabalhar o imaginário e trazer um novo olhar para o ambiente em que ele se insere. Por isso, ele está no hospital, ambiente em que muitas vezes a dor, o sofrimento, a doença e a morte estão no foco. Quando ele chega, volta o olhar para o que também se encontra lá dentro: alegria, felicidade, saúde e vida. Essa é a essência do palhaço. Essa é a arte de subverter a realidade.
Quer participar?
Para ser um voluntário do Esquadrão da Alegria, é preciso ter mais de 18 anos, boa vontade e disponibilidade de tempo para se dedicar às atividades do grupo, que também realiza reuniões e oficinas mensais.
A seleção ocorre uma vez por ano, dependendo do número de vagas disponíveis. As oportunidades são divulgadas pelo perfil @ongesquadrãodaalegria no Instagram ou pela página da entidade no Facebook.